NÊGO FUGIDO
O “Nego Fugido” é um espetáculo da cultura popular santamarense que funde elementos da dança, da música, do candomblé e do teatro. Ele registra uma manifestação popular única, mantida há pelo menos um século pelos moradores de Acupe. Trata-se de uma encenação que recria, anualmente, a luta pela libertação dos escravos. Tendo como cenário as ruas de Acupe, os personagens de Nego Fugido revivem o ideal de liberdade almejado pelos escravos. Esta encenação traduz a versão dos moradores do local em relação à libertação dos escravos: uma conquista dos negros e não uma concessão dada pela princesa Isabel.
O “Nego Fugido” conta a história do negro que fugia, era perseguido nas matas e vestia-se de folhas de bananeira para se camuflar. É uma manifestação popular única, que se mantém desde o século XIX, originária de escravos africanos de origem Nagô. Trata-se de uma recriação das lutas da resistência negra contra o regime escravocrata, encenada até hoje pelos moradores de Acupe, distrito de Santo Amaro.
No cordel “ABC de Mourão” de autoria de Armando Azevedo encontramos a seguinte referência ao “Nego Fugido”:
No Acupe tem nego fugido
Procurando libertação
Conquistada com luta
Nunca com doação
O homem que almeja liberdade
Chora e sente saudade
Trabalha com o coração
Aqui, uma declaração de Dona Santa (Edna Correa Bulcão), então aos 56 anos, publicada no Correio da Bahia:
As Manifestações da cultura popular sobrevivem em Santo Amaro da Purificação. Com as cabeças pintadas com carvão, os lábios avermelhados com crepom molhado e saias de folhas, pessoas de Acupe lutam para ter êxito em manter de pé o “Nego Fugido”, folguedo tradicional da região de Santo Amaro que revive a época da perseguição feita aos habitantes dos quilombos pelos capitães-do-mato e pelos militares.
Dona Santa (Edna Correa Bulcão), 56 anos, a conheceu o nego fugido quando era pequena e via a sua mãe ajudar à preparação da festa. Desde a morte desta, assume o comando desta tradição e hoje mata praticamente um leão por dia para fazer sair esta “brincadeira” como chama o “Nego Fugido”, todo o mês de Julho nas ruas de Acupe.
Teatro popular a céu aberto, utilizando como cena as ruas da cidade, o folguedo já foi filmado e tratado sob todas as formas, mas a ajuda que Dona Santa há tanto pedido nunca veio: “Fiz pés e mãos para apresentar o “Nego Fugido”, mas por falta de iniciativa, muitas coisas estão desaparecendo das regiões. Temos falta de trajes e de transporte para as representações. Também não temos uma sala adequada para armazenar o material”, declara Dona Santa, que, apesar todas as de dificuldades físicas, transmite a tradição de tecer saias de folhas para os novos membros do grupo e ensina os segredos do “Nego fugido” às crianças de Acupe. “Este divertimento tem mais de 100 anos. Não vou deixá-lo morrer”, completa.
O “Nego Fugido” conta a história do negro que fugia, era perseguido nas matas e vestia-se de folhas de bananeira para se camuflar. É uma manifestação popular única, que se mantém desde o século XIX, originária de escravos africanos de origem Nagô. Trata-se de uma recriação das lutas da resistência negra contra o regime escravocrata, encenada até hoje pelos moradores de Acupe, distrito de Santo Amaro.
No cordel “ABC de Mourão” de autoria de Armando Azevedo encontramos a seguinte referência ao “Nego Fugido”:
No Acupe tem nego fugido
Procurando libertação
Conquistada com luta
Nunca com doação
O homem que almeja liberdade
Chora e sente saudade
Trabalha com o coração
Aqui, uma declaração de Dona Santa (Edna Correa Bulcão), então aos 56 anos, publicada no Correio da Bahia:
As Manifestações da cultura popular sobrevivem em Santo Amaro da Purificação. Com as cabeças pintadas com carvão, os lábios avermelhados com crepom molhado e saias de folhas, pessoas de Acupe lutam para ter êxito em manter de pé o “Nego Fugido”, folguedo tradicional da região de Santo Amaro que revive a época da perseguição feita aos habitantes dos quilombos pelos capitães-do-mato e pelos militares.
Dona Santa (Edna Correa Bulcão), 56 anos, a conheceu o nego fugido quando era pequena e via a sua mãe ajudar à preparação da festa. Desde a morte desta, assume o comando desta tradição e hoje mata praticamente um leão por dia para fazer sair esta “brincadeira” como chama o “Nego Fugido”, todo o mês de Julho nas ruas de Acupe.
Teatro popular a céu aberto, utilizando como cena as ruas da cidade, o folguedo já foi filmado e tratado sob todas as formas, mas a ajuda que Dona Santa há tanto pedido nunca veio: “Fiz pés e mãos para apresentar o “Nego Fugido”, mas por falta de iniciativa, muitas coisas estão desaparecendo das regiões. Temos falta de trajes e de transporte para as representações. Também não temos uma sala adequada para armazenar o material”, declara Dona Santa, que, apesar todas as de dificuldades físicas, transmite a tradição de tecer saias de folhas para os novos membros do grupo e ensina os segredos do “Nego fugido” às crianças de Acupe. “Este divertimento tem mais de 100 anos. Não vou deixá-lo morrer”, completa.
Dê uma olhada:
“Nego Fugido“
Série: Bahia singular e plural
Duração: 25'
Filmado: NTSC/BETACAM
Gênero: Documentário
Realização: IRDEB/TVE
Ano: 1999
fonte:santoamarohistorico.blogspot
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